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Azoospermia

A azoospermia é a ausência completa de espermatozóides no líquido ejaculado observado em pelo menos duas amostras coletadas com intervalo de mais de 2 semanas. Neste caso, a análise do espermograma com centrifugação é fundamental.

Os casos de azoospermia acometem cerca de 15% dos homens que apresentam infertilidade e podem ter diferentes causas como alterações hormonais, alterações na função testicular, alterações genéticas, ausência dos ductos deferentes, entre outros.

Esta situação clínica necessita de uma investigação detalhada.

Existem diferentes tipos de azoospermia?

Sim, a azoospermia pode ser dividida em obstrutiva e não obstrutiva.

Obstrutiva: causada por uma obstrução à saída dos espermatozóides dos testículos até a uretra e, por este motivo, não são encontrados espermatozóides no ejaculado. As principais causas são:

  • Vasectomia, sendo essa a principal causa de obstrução;
  • Infecções ou inflamações nos testículos ou epidídimos previamente;
  • Agenesia dos deferentes – meninos que nascem sem uma parte dos ductos que transportam os espermatozóides.

Neste caso, os testículos produzem espermatozóides normalmente, porém, não são eliminados.

Não obstrutiva: nesta situação o problema está na “fábrica” produtora de espermatozóides – os testículos. As causas mais comuns, são:

  • Problemas genéticos;
  • Disfunções hormonais;
  • Criptorquidia (ausência de um ou dos dois testículos na bolsa testicular)
  • Varicocele, entre outras.

Após a confirmação de azoospermia, quais os próximos passos?

Confirmada a azoospermia, é necessária uma investigação aprofundada do que pode estar ocasionando esta alteração.

Exames de imagem, exames de sangue e testes genéticos podem ser necessários para elucidar a causa do problema e as possíveis soluções, principalmente nos

casos de azoospermia não obstrutiva. Para isso, é fundamental uma consulta com urologista ou andrologista com experiência em infertilidade masculina.

Qual o tratamento para a azoospermia?

O tratamento irá depender da causa da azoospermia.

Em pacientes com azoospermia obstrutiva, a conduta consiste na desobstrução do bloqueio que impede a passagem dos espermatozóides. Em situações de vasectomia, por exemplo, é possível realizar a cirurgia de reversão. Nos casos em que não é possível desfazer a vasectomia, pode-se coletar espermatozóides diretamente do epidídimo (onde os espermatozóides ficam armazenados), para então o casal realizar o procedimento de reprodução assistida como a fertilização in vitro (FIV).

Já nos casos de azoospermia não obstrutiva pode-se iniciar com o tratamento clínico, todavia, se não obtiver sucesso, deve-se realizar a captura espermática por procedimentos realizados diretamente no testículo e, posteriormente, proceder à fertilização in vitro.

É possível ter filhos tendo azoospermia?

Sim, existe esta possibilidade por meio de tratamentos modernos e efetivos para a azoospermia. Para isto, é necessário uma investigação detalhada e tratamento adequado, com base na causa do problema.

A azoospermia pode ter tratamento e é possível encontrar espermatozóides por técnicas específicas de captação espermática.

Quais as taxas de sucesso dos procedimentos de captura espermática?

Estas taxas variam, pois há outros fatores a serem avaliados, porém, para os casos de azoospermia obstrutiva as taxas de sucesso são elevadas, em geral, maiores que 90%. Já para a azoospermia não obstrutiva, a depender da causa, o percentual de sucesso varia em larga escala: entre 20 a 100%.

Quais técnicas para capturar espermatozóides podem ser realizadas em homens com azoospermia?

Há diferentes procedimentos com objetivo de captura de espermatozóides em pacientes azoospérmicos. Veja abaixo:

PESA

Pesa significa a aspiração percutânea de espermatozóides nos epidídimos (percutaneous epididymal sperm aspiration) e é normalmente indicada para homens com quadros de azoospermia obstrutiva, ou seja, nos pacientes em que a produção espermática está ocorrendo normalmente nos testículos, mas não estão sendo eliminados devido a um fator obstrutivo.

É considerado um método pouco invasivo e os espermatozóides coletados podem ser utilizados em técnicas de reprodução assistida.

Uma das principais indicações é para homens vasectomizados e preferem optar por este procedimento em vez da reversão da vasectomia.

 


imagem ilustrativa da punção do epidídimo para coleta de espermatozóides (PESA)

MESA

Já a MESA (microsurgical epididymal sperm aspiration) é uma técnica microcirúrgica que consiste na aspiração de espermatozóides do epidídimo, indicada para homens com quadros de azoospermia obstrutiva.

Ao contrário da PESA, onde a abordagem é percutânea (através da pele com o uso de agulha), na MESA a abordagem é aberta e com o uso de microscópio cirúrgico. É necessário a abertura da bolsa escrotal para acessar o epidídimo e realizar a captura de espermatozóides.

Os espermatozóides coletados também podem ser usados para técnicas de reprodução assistida.

TESA

TESA é a Aspiração percutânea de espermatozóides do testículo (testicular sperm aspiration), indicada para extrair espermatozóides daqueles diagnosticados com azoospermia, seja de origem obstrutiva ou não.

Esta técnica também pode ser utilizada para situações em que há espermatozóides no líquido ejaculado, mas que apresentam elevado índice de fragmentação. Neste caso, a aspiração percutânea pode captar espermatozóides de melhor qualidade, visto que as taxas de fragmentação são cerca de três vezes menor quando coletados diretamente do testículo.


Imagem ilustrativa da aspiração de espermatozóides diretamente do testículo.

TESE e Micro-TESE

A TESE é a extração de espermatozóides dos testículos (testicular sperm extraction) através de cirurgia aberta e a Micro-TESE, por sua vez, tem o mesmo objetivo, no entanto, faz a utilização do microscópio cirúrgico para realizar a captação.

Com o uso do microscópio, a localização dos túbulos seminíferos com maior dilatação fica acurada, aumentando as chances de encontrar espermatozóides.

Estes procedimentos geralmente são indicados para pacientes com azoospermia não obstrutiva, ou seja, naqueles pacientes que o problema se encontra nos testículos.

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